A história de Poliana se conecta a de outras quatro pessoas que precisam de sangue a cada nova doação que ela faz na sede da Fundação Hemoba, na Vasco da Gama, em Salvador. Na Semana do Doador, celebrada no dia 25 de novembro, a comunicadora completou seu ciclo de três doações por ano. “Percebi que sempre tem alguém precisando. Aí eu sou doadora de sangue e de medula óssea hoje em dia. É perfeito saber que a gente pode ajudar alguém com tão pouco”, compartilhou.
A bolsa de sangue servirá tanto para transfusões, como para uso de apenas um de seus componentes, como o plasma ou a plaqueta. Segundo o diretor-geral da instituição Luiz Catto, as plaquetas têm sido muito utilizadas no SUS para cuidado de pacientes em tratamento de câncer.
“A plaqueta é um componente extremamente importante na oncologia. Muitas vezes acontece uma supressão temporal da medula óssea enquanto o quimioterápico está agindo em um paciente e nesse período, para que não haja sangramentos, a gente faz a reposição”, explicou o diretor da Hemoba, que também é hematologista.
Atualmente, a instituição atende à Unidade de Oncohematologia do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) e também dá suporte aos pacientes do Hospital Aristides Maltez (HAM). Para ajudar a manter os estoques regulares, a Hemoba conta com 331 doadores de plaquetas fidelizados, que realizam doações mensais na sede de Salvador e na unidade de Juazeiro. O gerente de projetos Luiz Sanches Júnior é um deles.
“É mais demorado, mas não é nada diante da necessidade do outro. O grande lance é esse: você doar ao outro um pedaço de si, um fluido seu, que pode salvar a vida de alguém. As pessoas não têm essa dimensão”, constatou.
De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira doa sangue de forma regular, número insuficiente para a média de 2% calculada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). A necessidade também é expressa pela Hemoba, que de janeiro a outubro de 2024 teve 123.324 coletas realizadas – somente 13,63% a mais relação a 2023, quando foram realizadas 108.533 coletas.
O diretor da Hemoba acrescenta que nos períodos festivos, como nas festas de final de ano, no carnaval e no São João, a necessidade de sangue nas redes de urgência e emergência do SUS é maior. “Por isso todos os tipos de sangue são importantes. Todo doador é especial, todos podem ajudar a salvar vidas”, enfatizou.
A instituição completa 35 anos esse ano e a Semana do Doador, que vai do dia 25 a 30 de novembro, tem como tema “Cada doação, uma nova história”. As pessoas que doarem durante essa semana serão recepcionadas com programação musical, Feira de Artesanato e outras atrações culturais nas unidades de coleta da capital e do interior.
Podem doar pessoas em boas condições de saúde, com mais de 50 quilos e idade entre 16 e 69 anos. Menores de 18 anos devem estar acompanhados dos pais ou de um responsável legal, e idosos acima de 60 anos só podem doar se já tiverem doado anteriormente. Os candidatos também não podem estar em jejum, nem ter ingerido bebida alcoólica nas 12 horas que antecederem a doação. Cigarro também não é indicado por duas horas até a doação.
O voluntário também precisa ter dormido no mínimo seis horas na noite anterior e ter atenção à ingestão de alimentos gordurosos nas últimas horas.
Onde doar:
Salvador
Hemocentro Coordenador: de segunda-feira a sexta-feira, das 7h30 às 18h30, e aos sábados, das 7h30 às 16h30.
Hospital do Subúrbio: de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 16h30.
Hospital Ana Nery: de terça a sexta-feira, das 7h30 às 12h30.
Hospital Roberto Santos: de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h.
Hospital Santo Antônio (Osid): de segunda a sexta-feira, das 7h10 às 11h30 e das 13h às 16h.
Para informações sobre os horários de atendimento das 21 unidades de coleta no interior, consultar o site da Hemoba:
http://hemoba.ba.gov.br/.