O governador Jerônimo Rodrigues recebeu, na manhã desta quarta-feira (18), o embaixador dos Emirados Árabes Unidos, Saleh Alsuwaidi, e representantes da Al Foah Company para discutir os próximos passos de uma parceria com a empresa para o plantio inédito de tâmaras em solo brasileiro. O Brasil já recebeu 110 mudas de tamareira, que estão na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Brasília, aguardando o tempo de observação sanitária da planta para posterior teste nas regiões norte e oeste do estado.
Doze variedades de tâmara foram enviadas para estudos nos biomas do Cerrado e da Caatinga, onde foram identificadas similaridades climáticas e de solo com o país árabe. O governador afirmou que a Bahia tem o potencial de ser o principal exportador brasileiro de tâmara em seis anos, tempo que o plantio deve alcançar sua estabilidade.
“Ainda vamos fazer experiências dessas variedades para, então, produzir, beneficiar e consumir no Brasil e na América Latina. Nós temos clima favorável, solo favorável e a expertise do nosso semiárido. As mudas são quase adultas, dentro de dois anos elas começam a produzir, com cinco, seis anos, já dá para produzir comercialmente”, estimou.
Mais 1.890 mudas serão doadas pela Al Foah Company. As espécies foram selecionadas de acordo com os climas e solos que serão base para o experimento na Bahia. O acompanhamento será feito pela Embrapa e pela Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
Segundo o secretário do Meio Ambiente Eduardo Sodré, o trabalho será realizado em conjunto, com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) e com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), para aporte de tecnologias de microaspersão e de aprimoramento genético para efetivar o plantio da tamareira no Brasil.
“Já teve uma tentativa de plantio de tâmara na década de 80, mas por algumas questões de aprimoramento técnico, da época, não progrediu da forma esperada. Então a ideia é essa: juntar um pouco de tecnologia, de microaspersão, de irrigação, de inovação tecnológica, do ponto de vista do aprimoramento genético. Dessa primeira leva que chegou, a própria equipe já sinalizou que é possível a colheita em dois, três anos”, adiantou o titular do meio ambiente.
A Al Foah Company exporta, atualmente, 600 toneladas por ano da fruta para o país. Vice-presidente da companhia, Mohamed Ghanim Al Mansoori explicou que no primeiro momento será avaliada a resposta da tamareira no solo baiano e, então, serão realizados melhoramentos genéticos para que o próprio país já possa comercializar a fruta internamente.
“Sendo bem sucedida a experiência, nós vamos aumentar para 1.500 mudas até chegarmos a 10 mil árvores [no estado]. Esse é o nosso objetivo. Então, depende do resultado desse primeiro passo, do nosso planejamento e do sucesso desse ensaio, só então passaremos para as variedades ajustadas, certas para a Bahia, para o solo baiano”, disse.
Nesta quarta-feira (18), o embaixador dos Emirados Árabes e os representantes da Al Foah Company ainda visitam a Fazenda Mandacaru, terreno experimental da Embrapa, em Juazeiro, para reconhecimento do solo e do clima da região norte e, nesta quinta-feira (19), vão a Barreiras, no centro oeste baiano.