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Entre documentos e lembranças: Camaçari abre as portas de seu Arquivo Histórico

Com entrada livre ao público, o equipamento voltará a funcionar de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h

Redação
Por: Redação Fonte: Ascom/PMC
25/04/2025 às 09h53 Atualizada em 25/04/2025 às 10h51
Entre documentos e lembranças: Camaçari abre as portas de seu Arquivo Histórico
Foto: Juliano Sarraf / Dicom/PMC

Projetado para reunir informações e documentações de carácter patrimonial, difundindo a história, memória e a vasta cultura camaçariense, a Prefeitura de Camaçari, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), abriu na noite desta quinta-feira (24) o Arquivo Histórico do município.

Durante a cerimônia, o prefeito Luiz Caetano enfatizou a alegria de poder devolver à população, sobretudo aos jovens, o acesso ao espaço. “Os adolescentes, os jovens terão a oportunidade de conhecer como tudo se desenvolveu em nossa cidade”, iniciou o gestor municipal relembrando a raiz patrimonial do lugar que já começa desde a estrutura do equipamento. “Um dos primeiros lugares que conheci quando cheguei aqui em Camaçari foi esse prédio, que é um patrimônio. Aqui já foi delegacia, já foi sede da prefeitura”, acrescentou Caetano.

Parte do conjunto de bens que integra o Centro Antigo do município e compreende também o Museu de Camassary e o futuro Cineteatro, o Arquivo Histórico de Camaçari está localizado na Avenida Eixo Urbano Central, no Centro, e é considerado uma referência para a dinâmica cultural da cidade, conforme destacou a titular da Secult, Elci Feitas.

É uma imensa responsabilidade a gente devolver esse patrimônio para a nossa comunidade. É um espaço que, mais do que guardar documentos, abriga a memória viva do nosso povo. Um lugar onde a história deixa de ser distante e ganha corpo, voz e território. Devolvemos hoje para a cidade, um espaço renovado, com um arquivo que dialoga com o presente e se projeta também para o nosso futuro. Aqui estão resguardadas raízes da nossa identidade, leis, decretos, livros, atas e registros que contam também como nos organizamos, crescemos, resistimos e seguimos”, endossou a secretária.

A estrutura física do imóvel, totalmente revitalizada, abarca 286 metros quadrados (m²), distribuídos entre sete salas, auditório, quatro banheiros, recepção e copa, além de rampas e banheiros acessíveis. Com entrada livre ao público, o equipamento voltará a funcionar de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

No que se refere ao patrimônio imaterial do município, o Arquivo Histórico chega consolidando uma era de modernização e salvaguarda da memória coletiva na cidade, como destaca o coordenador de Patrimônio, Táta Ricardo Tavares, que estará à frente do equipamento.

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Táta Ricardo. Foto: Juliano Sarraf / Dicom/PMC

Nós temos muitos documentos, inclusive seculares. A gente tem documentos, em exposição no livro 01, da primeira ata da Câmara de Vereadores da cidade. Temos exemplares de jornais também, além de guias de sepultamento seculares, tratativas da implantação da linha férrea. Temos documentos que retratam a nossa história, porque a linha férrea traz esse processo de expansão comercial, habitacional, grandes licenças urbanísticas de construções, também seculares, e isso a gente precisa se apropriar, até para que possamos perceber a evolução de todo o processo de desenvolvimento. Temos aqui muitos documentos antigos que, para nós, é de extrema importância fazer acessível à população, para que possam se reencontrar nesse túnel do tempo entre história, memória e pertencimento”, pontuou Táta Ricardo.

Com sistema informatizado de geolocalização, além de parte do acervo já digitalizado, a população irá encontrar no espaço diversos tipos de documento, a exemplo de leis, decretos, livros de atas e de tombo, entre outros de relevância histórica, totalizando cerca de 550 metros (m) lineares de registros que compõem o acervo arquivístico.

Entre as personalidades que representam a identidade cultural do município, um ambiente especial dedicado aos grandes mestres que fomentam, por meio da arte e representatividade, a ancestralidade latente na cidade, a exemplo de Antônio Ribeiro da Conceição, popularmente conhecido como Bule Bule, importante exponente da cultura popular nordestina; e Florisvaldo Ferreira Gomes, ou simplesmente seu Dadu, homem preto, quilombola e mestre griô da Comunidade de Cordoaria.

Presente no ato, ao lado da filha Odara Ferreira, 35 anos, seu Dadu se emocionou ao falar sobre a oportunidade de poder contribuir com a história de luta e resistência que circunda a Cordoaria, comunidade remanescente de descendentes de quilombola.

Dadu. Foto: Juliano Sarraf / Dicom/PMC

Não fui vereador, prefeito, nada disso, mas fico feliz em fazer parte da história desse povo que luta e resiste, que mostra a força do povo de quilombo presente em Camaçari. Isso para os mais novos é importante saber”, celebrou seu Dadu.

Paralelamente, a estrutura ainda irá fomentar as manifestações culturais, através da promoção de atividades, como palestras, exposições, pesquisas, cursos, oficinas sobre história, memória e identidade em educação patrimonial, mostras e exposições, entre outras ações, visando contribuir com o trabalho realizado por instituições educacionais, pesquisadores, estudantes e afins, em torno da conscientização sobre o valor do patrimônio e da memória do município.

A cerimônia de entrega do espaço contou com a presença de distintas autoridades municipais, além de artistas locais e diversos grupos e entidades culturais.

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